A cultura alemã pulsa em Blumenau, e para os cidadãos do município, esse é também um jeito de viver. Camila Beschinock é um exemplo disso. Ela aprendeu desde criança a bordar e, durante a pandemia, esse hobby se tornou um negócio que envolve paixão, cultura e arte.
Nascida e vivendo em Blumenau, Camila tem 25 anos e é formada em pedagogia, atuando desde 2016 na educação. Seu trabalho com o bordado começou em 2020 e, no ano seguinte, também se tornou professora de bordado. Ambas as coisa que, segundo ela, nunca passaram por sua cabeça em se tornar um negócio.
Hoje, Camila já ensinou várias mulheres a também empreenderem com bordado. Além de pedidos sob encomenda, ela produz peças únicas e jóias com bordados. Além disso, desde 2019, é instrutora de danças da Blumenauer Volkstanzgruppe, o grupo de danças mais antigo e tradicional da cidade, do Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau, do qual faz parte desde 2018.
Conheça mais sobre essa história de amor e legado por meio da tradição de bordar, em entrevista exclusiva com Camila Beschinock!

Camila, como surgiu a sua relação com o bordado?
O bordado é pra mim uma herança de família. Minha Oma materna, Marilise, bordava para a antiga Casa Meyer. Aprendi a bordar ainda criança com a minha Oma, minha mãe e meu tio. Fui crescendo e o bordado foi ficando de lado, porque me "faltava" tempo. Até que veio a pandemia e, no lockdown, eu tive todo o tempo do mundo pra voltar a bordar. E não parei mais desde então. Primeiro, vieram as encomendas e depois, as primeiras turmas de bordado na loja Willy Aviamentos, nesta parceria maravilhosa que continua até hoje. Busco transmitir esse conhecimento com o mesmo amor e carinho que minha família me ensinou, honrando a memória da minha Oma.

Muitas de suas peças refletem a tradição alemã. Qual a importância da cultura alemã em sua vida?
Fui criada e educada nesse meio. Sempre tive orgulho das minhas raízes e da minha família. Aprendi a falar alemão, mesmo que não seja fluente no idioma, mas consigo conversar bem até! Não só o alemão, mas vários outros costumes me foram ensinados, entre eles o bordado. Essa cultura faz parte da minha identidade e me moldou como pessoa, tendo sempre pessoas trabalhadoras, respeitosas e de bem como meu maior exemplo: minha família.

Qual é a sua inspiração para bordar?
Além dos motivos da cultura alemã, busco também inspiração na natureza, bordando flores, principalmente rosas. São minhas flores preferidas e têm muito significado pra mim: elas estão no traje do nosso grupo, além de ter sido a primeira flor que recebi do meu noivo. Além das rosas, também bordo muito o Edelweiss, flor de regiões alpinas que simboliza o amor eterno. Mas claro, acabo bordando vários outros motivos, por conta de diferentes encomendas que já recebi, e isso acaba ampliando o meu repertório.

Como foi o processo de transformar bordados em joias?
Eu adoro usar trajes, os chamados "Dirndl" na Alemanha. Um dia eu estava bordando e eu senti no meu coração que eu deveria criar uma peça que unisse traje e Bordado. Foi aí que surgiu a ideia de fazer os colares bordados. Peças únicas e delicadas, lindas para usar no dia a dia e perfeitas para usar com traje.
Além de comercializar peças personalizadas e coleções, você também dá cursos de bordado. Pode nos contar como foi o processo de empreender com o bordado? Sempre pensou em ter seu próprio negócio?
Empreender nunca tinha sido sequer uma ideia. Mas com o fechamento das escolas na pandemia, fiquei sem emprego. Quando voltei a bordar, não tinha nenhuma intenção de trabalhar com isso, mas quando vieram me perguntar se eu fazia peças sob encomenda, a resposta saiu sem hesitação: sim, faço peças sob encomenda. Depois das primeiras peças, veio uma segunda pergunta, se eu também dava aula de bordados. E foi assim que tudo começou, buscando atender quem me procurava, tanto para encomendas como para aulas.

Quais desafios já enfrentou sendo uma empreendedora?
De tudo, desde as partes mais burocráticas até as noites em claro para dar conta das encomendas. Fortalecer em si mesma a confiança, mesmo quando as coisas não estão indo tão bem assim, também não é fácil. Mas desistir não é uma opção quando fazemos algo que amamos e que faz bem para outras pessoas.
O que representa o bordado em sua vida?
Mais do que uma fonte de renda, é uma forma de honrar as memórias das mulheres da minha família que vieram antes de mim. É um fio (literalmente) que me liga ao passado e que me eterniza na história. É um legado, uma herança sendo transmitida adiante. Um dia, eu não estarei mais aqui, mas os meus bordados estarão, contando a minha história. Bordar faz minha alma ressoar.

Quais os planos futuros para o seu negócio?
Pretendo continuar criando peças maravilhosas que eternizam histórias de afeto, além de poder continuar ensinando esse hobby artesanal e relaxante para mais e mais mulheres. Pretendo seguir na minha missão de espalhar beleza e amor pelo mundo através do bordado.
Qual o seu conselho para outras mulheres que têm o desejo de empreender nessa área?
Se você quer ser reconhecida pelo seu trabalho artesanal, encontre algo que te diferencia de outras artesãs. O seu "temperinho", como eu costumo dizer. Além disso, faça amizades com outras mulheres empreendedoras. Elas irão te apoiar e dar força quando você precisar. E lembre que, se alguém falar pra você que é besteira empreender e que você deveria continuar na segurança do seu emprego, saiba que essa pessoa está apenas demonstrando amor e preocupação por você. Tenha os pés no chão, mas não desista do seu sonho.
Fotos: Arquivo Pessoal
Nascida e vivendo em Blumenau, Camila tem 25 anos e é formada em pedagogia, atuando desde 2016 na educação. Seu trabalho com o bordado começou em 2020 e, no ano seguinte, também se tornou professora de bordado. Ambas as coisa que, segundo ela, nunca passaram por sua cabeça em se tornar um negócio.
Hoje, Camila já ensinou várias mulheres a também empreenderem com bordado. Além de pedidos sob encomenda, ela produz peças únicas e jóias com bordados. Além disso, desde 2019, é instrutora de danças da Blumenauer Volkstanzgruppe, o grupo de danças mais antigo e tradicional da cidade, do Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau, do qual faz parte desde 2018.
Conheça mais sobre essa história de amor e legado por meio da tradição de bordar, em entrevista exclusiva com Camila Beschinock!

Camila, como surgiu a sua relação com o bordado?
O bordado é pra mim uma herança de família. Minha Oma materna, Marilise, bordava para a antiga Casa Meyer. Aprendi a bordar ainda criança com a minha Oma, minha mãe e meu tio. Fui crescendo e o bordado foi ficando de lado, porque me "faltava" tempo. Até que veio a pandemia e, no lockdown, eu tive todo o tempo do mundo pra voltar a bordar. E não parei mais desde então. Primeiro, vieram as encomendas e depois, as primeiras turmas de bordado na loja Willy Aviamentos, nesta parceria maravilhosa que continua até hoje. Busco transmitir esse conhecimento com o mesmo amor e carinho que minha família me ensinou, honrando a memória da minha Oma.

Muitas de suas peças refletem a tradição alemã. Qual a importância da cultura alemã em sua vida?
Fui criada e educada nesse meio. Sempre tive orgulho das minhas raízes e da minha família. Aprendi a falar alemão, mesmo que não seja fluente no idioma, mas consigo conversar bem até! Não só o alemão, mas vários outros costumes me foram ensinados, entre eles o bordado. Essa cultura faz parte da minha identidade e me moldou como pessoa, tendo sempre pessoas trabalhadoras, respeitosas e de bem como meu maior exemplo: minha família.

Qual é a sua inspiração para bordar?
Além dos motivos da cultura alemã, busco também inspiração na natureza, bordando flores, principalmente rosas. São minhas flores preferidas e têm muito significado pra mim: elas estão no traje do nosso grupo, além de ter sido a primeira flor que recebi do meu noivo. Além das rosas, também bordo muito o Edelweiss, flor de regiões alpinas que simboliza o amor eterno. Mas claro, acabo bordando vários outros motivos, por conta de diferentes encomendas que já recebi, e isso acaba ampliando o meu repertório.

Como foi o processo de transformar bordados em joias?
Eu adoro usar trajes, os chamados "Dirndl" na Alemanha. Um dia eu estava bordando e eu senti no meu coração que eu deveria criar uma peça que unisse traje e Bordado. Foi aí que surgiu a ideia de fazer os colares bordados. Peças únicas e delicadas, lindas para usar no dia a dia e perfeitas para usar com traje.
Além de comercializar peças personalizadas e coleções, você também dá cursos de bordado. Pode nos contar como foi o processo de empreender com o bordado? Sempre pensou em ter seu próprio negócio?
Empreender nunca tinha sido sequer uma ideia. Mas com o fechamento das escolas na pandemia, fiquei sem emprego. Quando voltei a bordar, não tinha nenhuma intenção de trabalhar com isso, mas quando vieram me perguntar se eu fazia peças sob encomenda, a resposta saiu sem hesitação: sim, faço peças sob encomenda. Depois das primeiras peças, veio uma segunda pergunta, se eu também dava aula de bordados. E foi assim que tudo começou, buscando atender quem me procurava, tanto para encomendas como para aulas.

Quais desafios já enfrentou sendo uma empreendedora?
De tudo, desde as partes mais burocráticas até as noites em claro para dar conta das encomendas. Fortalecer em si mesma a confiança, mesmo quando as coisas não estão indo tão bem assim, também não é fácil. Mas desistir não é uma opção quando fazemos algo que amamos e que faz bem para outras pessoas.
O que representa o bordado em sua vida?
Mais do que uma fonte de renda, é uma forma de honrar as memórias das mulheres da minha família que vieram antes de mim. É um fio (literalmente) que me liga ao passado e que me eterniza na história. É um legado, uma herança sendo transmitida adiante. Um dia, eu não estarei mais aqui, mas os meus bordados estarão, contando a minha história. Bordar faz minha alma ressoar.

Quais os planos futuros para o seu negócio?
Pretendo continuar criando peças maravilhosas que eternizam histórias de afeto, além de poder continuar ensinando esse hobby artesanal e relaxante para mais e mais mulheres. Pretendo seguir na minha missão de espalhar beleza e amor pelo mundo através do bordado.
Qual o seu conselho para outras mulheres que têm o desejo de empreender nessa área?
Se você quer ser reconhecida pelo seu trabalho artesanal, encontre algo que te diferencia de outras artesãs. O seu "temperinho", como eu costumo dizer. Além disso, faça amizades com outras mulheres empreendedoras. Elas irão te apoiar e dar força quando você precisar. E lembre que, se alguém falar pra você que é besteira empreender e que você deveria continuar na segurança do seu emprego, saiba que essa pessoa está apenas demonstrando amor e preocupação por você. Tenha os pés no chão, mas não desista do seu sonho.
Fotos: Arquivo Pessoal