COMPORTAMENTO

Como o estouro da pipoca - Brasileira vivendo na Itália, Micky Branco escreveu seu primeiro livro para liberar traumas e medos

Michely Branco, conhecida como Micky inovou em métodos de ensino e provou que desbravar o mundo amplia possibilidades não só de viver a vida, mas de facilitar o caminho para os próximos que visualizam nela, uma potente inspiração. Micky tem 44 anos, é catarinense, natural de Joinville, e atualmente reside em Perugia, na Itália, com seu companheiro italiano.

Ela têm três irmãs, duas por parte de pai e uma por parte de mãe, todas oito anos mais novas. Parte de sua minha família mora em Joinville e em Joaçaba. Micky também é psicopedagoga, com pós-graduação em Comunicação e Marketing, focada na economia criativa, além de possuir um Master em Coaching e Liderança, voltado para o empoderamento pessoal.

Fala fluentemente inglês, espanhol e italiano. "Embora muitos me conheçam como professora de inglês, meu verdadeiro dom e paixão sempre foi capacitar mentes e desenvolver carreiras aproveitando dos idiomas para trabalhar duas habilidades ao mesmo tempo. Portanto, ofereço mentorias e consultorias em qualquer um desses idiomas", explica.

Há um mês, Micky lançou o seu primeiro livro no Brasil, e ele está disponível em três idiomas. "Estou entusiasmada em compartilhar que, em março de 2024, farei o lançamento na Libreria Grande, uma renomada livraria na Itália, em versão italiano", revela.

Confira agora a entrevista realizada pelo Portal Sou Catarina com Micky Branco!



Micky, como você aprendeu os idiomas inglês, espanhol e italiano?
O inglês foi uma jornada clássica de escola, começando com "The book is on the table", como toda criança. No entanto, quando fui morar nos EUA, percebi que anos de estudo não me prepararam como eu pensava, como todos imaginamos, e foi lá que descobri verdades e mentiras sobre o aprendizado.

Descobri que essa discrepância é intencional, talvez porque não seja conveniente que as pessoas saibam. Foi isso que me impulsionou a aprofundar meu conhecimento e, é claro, compartilhar essas descobertas com os outros. Todo esse processo me levou a uma especialização profunda sobre como fazer de forma autonoma. Já em Barcelona, na Espanha, pude aplicar essas compreensões na prática, desvendando as verdades pouco divulgadas sobre a aprendizagem. Sobre o italiano, bem, digamos que as mesmas técnicas se aplicaram.

De que forma ocorreu a sua mudança para a Itália?
A mudança aconteceu em um momento inesperado da vida. Após ter passado muito perrengue e estando financeiramente estável em Barcelona, precisei tirar alguns dias de folga. Optei por visitar uma amiga na Itália e, durante essa visita, ela fez uma pergunta que mexeu profundamente em mim.

Perguntou se eu realmente estava feliz ali, mesmo estando sozinha em diversos aspectos. Essa conversa desencadeou uma profunda reflexão sobre o que eu verdadeiramente queria para minha vida. Em apenas vinte dias, eu estava realizando a mudança, conduzindo uma scooter 125cc.



Aparentemente, essa mudança foi rápida e corajosa. Como foi para você se adaptar a um novo país?
Morar em outro país é uma jornada de autoconhecimento. É necessário estar em paz consigo mesmo, entender que recomeçar é algo simples, mas não é fácil. A chave está em reprogramar a mente e criar estratégias para seguir em frente. Cada pessoa está vivendo sua própria história, e o desafio é descobrir como se destacar.

Em depoimentos, seus alunos dizem que durante as aulas você ensina muito mais do que o idioma, mas instrui sobre desenvolvimento pessoal. O que isso significa? Qual é o seu diferencial?
Na essência, dominar um idioma vai muito além das regras gramaticais. Frequentemente, nós contamos e nos convencemos de que se trata apenas de aprender uma língua. No entanto, minha abordagem desvenda, sem rodeios, as verdades que deveríamos ter assimilado desde a infância. Ao explicar e ensinar sobre o autoconhecimento por meio de exemplos de minhas experiências, sejam elas positivas ou negativas, provoca quase um choque nas pessoas.

Portanto, minha abordagem se destaca pela sua eficácia. O jogo está dentro de nós, é mental. Não estou simplesmente ensinando inglês; meu foco é despertar algo nas pessoas, fazê-las "pipocarem" e descobrirem seu verdadeiro potencial. O ensino da gramática, por incrível que pareça, não demanda mais do que 30 segundos. Sempre me questiono: por que essa verdade não é discutida e ensinada abertamente? Embora eu conheça a resposta, é algo surpreendente. Para alcançar o que você realmente deseja, é necessário um desejo genuíno de conhecer a verdade.



Como você desenvolveu a escrita de um livro a partir da analogia com uma pipoca?
Esse foi um período desafiador após sete anos trabalhando em navios de cruzeiro ao redor do mundo. Acredito que as experiências vividas são inestimáveis, superando, em minha visão, até mesmo o valor da educação formal. Embora essas vivências tenham me proporcionado diversas oportunidades, ao decidir retornar "à terra firme", me deparei com a incerteza sobre por onde começar.

Meses após essa decisão, me vi financeiramente fragilizada e sem emprego. A empresa me oferecia contratos em navios a poucos quilômetros de distância de onde eu morava, mas a minha escolha já estava feita. Mesmo diante de toda a estabilidade, luxo, viagens e dinheiro, percebi que essas coisas já não preenchiam mais meu ser. Era a encruzilhada entre tentar algo novo ou voltar para o que eu sabia que não queria.

A angústia que experimentava impulsionou-me a escrever, a liberar traumas e medos. A metáfora da pipoca emergiu como resposta em um dia desafiador, quando a pipoca era minha única opção disponível como alimento. Assim nasceu o livro.

Qual o propósito do seu livro? Pretende escrever outros?
Certamente, estou imersa na elaboração da continuação do livro. Este processo é uma jornada longa, demandando autoconhecimento, cura interior, dedicação e fé. Do meu ponto de vista, muitas obras abordam o tema do sucesso, mas por que não explorar também os fracassos?

A essência da vida reside na vulnerabilidade, curiosidade e coragem, independentemente das circunstâncias sociais ou financeiras. Todos nós possuimos um propósito, mas frequentemente somos condicionados a buscar comodidade e conforto. Sem compreender a verdade, permitimos que outros modelem nossas escolhas, ao invés de perseguirmos nossos verdadeiros desejos. Às vezes, nem temos clareza sobre o que almejamos, contudo existem técnicas para desvendar essas incertezas.



Você também é mentora de desenvolvimento comportamental e carreira. Como isso começou e quais as suas principais inspirações?
Desde os meus 20 anos, tenho absorvido as palavras de visionários como Tony Robbins, gradualmente conhecendo outros líderes inspiradores, como TD Jakes e Oprah. Devido ao meu passado, enfrentei batalhas como profunda depressão, tristeza e pensamentos negativos. A cada dia, sou minha própria e principal cobaia. Essa jornada intensa me motivou a estudar profundamente e explorar diversas áreas da vida, como forma de compreensão e superação.

Ao longo desse percurso, desvendei meus monstros mentais, reconhecendo também meu potencial. As dores que experimentei moldaram quem sou hoje, sem julgamentos internos e com uma compreensão profunda do funcionamento da mente. Essa vivência me capacita a guiar outros em suas jornadas. Em última análise, é uma escolha entre a dor da mudança ou a dor de permanecer no mesmo caminho. Ambas opções causam desconforto, mas é necessário escolher uma delas para iniciar um novo capítulo.

Você possui mais de mil alunos ao redor do mundo. Quais as experiências mais gratificantes em ensinar alguém durante a sua trajetória?
Ao longo dos anos, contribuí significativamente para um número incalculável de pessoas, um legado que teve início quando eu tinha apenas 19 anos. Após meu retorno de um intercâmbio nos EUA, em questão de meses, já estava responsável por 200 alunos de uma escola pública, uma jornada que completa agora 25 anos.

Às vezes, uma simples palavra pode alterar completamente o curso da vida de outra pessoa, e muitas vezes nem estamos cientes disso. Minha maior satisfação é poder inspirar e transformar a mentalidade daqueles que se veem aprisionados por suas crenças e histórias passadas. É para isso que eu vivo! Cada vida transformada representa uma experiência única, pois cada indivíduo enfrenta monstros diferentes dentro de sua própria história.

Quais os seus principais conselhos para quem está começando a carreira e almeja o sucesso profissional?
Muitas vezes, as pessoas misturam a palavra "sucesso" com poder e status social, quando, na verdade, esses são meros resultados do que realmente possuímos internamente. A verdadeira magia está em saber expressar e aceitar aquilo que possuimos de mais natural mas que tem o poder de transformar a vida de outros. Descobrir sua própria fórmula mágica é, sem dúvida, uma das experiências mais belas do mundo!



Quais as principais vantagens de dominar um segundo idioma, quais portas esse conhecimento pode abrir?
Dizem que dominar um segundo idioma equivale a ter uma segunda vida, mas eu acredito que vai além disso. A aprendizagem não apenas capacita, mas também fortalece a autoestima, proporcionando uma visão ampliada além das limitações do cotidiano. Falar outra língua está intrinsecamente ligado ao poder, ao domínio e à coragem de deixar para trás o familiar em busca do desconhecido, revelando potenciais que vão além das expectativas. Dominar um idioma é, essencialmente, descobrir o poder que reside dentro de nós.

O que seus alunos (as) dizem sobre suas mentorias? 
Penso que nada supera as referências e testemunhos escritos sobre o meu trabalho, todos disponíveis nas redes sociais. Do meu ponto de vista, todas as histórias são notáveis, cada uma com suas particularidades. As mais inspiradoras acontecem quando existe esse acesso à consciência e tomada de decisão. Pode ser um processo mais demorado ou mais rápido, dependendo do quão intenso está o seu fogo interno para permitir o estouro. É literalmente como a pipoca, cada uma estoura no seu momento, e esse "estouro pipocal" ocorre quando a insatisfação interna se torna insuportável, levando-o a dizer: Basta!

Quais os seus conselhos para quem deseja realizar uma transição de carreira?
Meu foco vai além da transição de carreira; é sobre a transformação de mentalidade. Experimentei recomeços em diversos lugares e contextos e tudo teve início com um pedido de divórcio após uma década de casamento. Era hora de buscar novas experiências e abraçar plenamente a única vida que me foi concedida. Um exercício fundamental é começar pelo "porquê": por que você faz o que faz?



Quais as viagens mais marcantes da sua vida e por quê?
Viajar sozinha está profundamente ligado ao autodescobrimento em sua plenitude, já que as vivências da vida proporcionam ensinamentos muito mais significativos do que anos de estudo. Tive o privilégio de explorar mais de 40 países e estabelecer residência em quatro deles (Estados Unidos, Espanha, Itália e Brasil). Identificar o lugar mais excepcional é uma tarefa desafiadora, pois cada destino marca uma fase distinta da vida. No entanto, destaco o Mar Morto, entre a Jordânia e Israel, como uma experiência singularmente incrível.

Como você se vê daqui a 10 anos?
Os planos estão delineados, e isso é algo que o leitor pode começar a fazer como um exercício. Escreva os passos como se estivesse inscrito em uma tábua (como mencionado na Bíblia). É importante ressaltar que não estou advogando por uma religião específica, mas pelos ensinamentos. Seu universo interior sabe o que você realmente deseja, e com dedicação e paciência, o momento certo chega, as peças se encaixam. Acredite no processo, aprenda a ser flexível e explore a jornada do autoconhecimento. Onde eu puder contribuir para o desenvolvimento humano, estarei presente. Aproveito para convidar e me seguir pelas redes sociais como Youtube, Instagram, Facebook e LinkedIn. Espero de coracao que este livro escrito com tanto amor possa transformar a vida de outras pessoas.



Fotos: Arquivo Pessoal



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