ENTREVISTAS - MULHERES

Entrevista com a presidente reeleita da ACI, Déborah Almada - “Me sinto muito honrada de poder representar a imprensa”

A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) foi criada no ano de 1932 e é referência na defesa dos profissionais de comunicação e da liberdade de imprensa em Santa Catarina. Reeleita para o segundo mandato como presidente da entidade, a jornalista Déborah Almada é a primeira mulher da história a conduzir a ACI.

Casada e com três filhos, Déborah é formada em Jornalismo pela PUC-RS, pós-graduada em Marketing e especialista em Gestão da Comunicação Corporativa. Nascida em Porto Alegre, ela vive em Florianópolis desde 1986, quando começou sua trajetória no jornalismo.

Entre as possibilidades dentro da profissão, foi copydesk, redatora, repórter, editora e até apresentadora. "Fiz de tudo um pouco no jornalismo. Trabalhei principalmente em jornal, mas também em televisão e rádio", destaca.

No início dos anos 2000 abriu uma agência de comunicação, a All Press Comunicação, que tem sede em Florianópolis e atende clientes de vários segmentos.

No seu segundo mandato, Déborah relata que muitos projetos estão em andamento, entre eles, o de descentralizar a ACI da capital. Confira a conversa exclusiva realizada com Déborah Almada para o Portal Sou Catarina!

Recentemente você foi reeleita como presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI). O que esse resultado significou para você?
Acredito que a chegada à presidência da ACI foi um processo natural de abertura de espaços para as mulheres que atuam na profissão, que hoje são maioria. Mas, sim, foram necessários mais de 90 anos, então é uma conquista carregada de simbolismo. Pessoalmente, me sinto muito honrada de poder representar a imprensa, numa entidade que tem uma história de defesa da liberdade de imprensa.

Quais ações você destacaria como as mais relevantes à frente da ACI?
Acredito que as ações mais importantes são aquelas que ninguém vê (rsrs). A entidade estava muito focada na capital e, desde a posse da atual diretoria, temos feito um grande movimento de fortalecimento das diretorias regionais. Também estamos num processo de modernização da gestão da Casa, que ainda carece de processos e de uma estrutura capaz de dar conta de tantos projetos e ideias que a Diretoria vem apresentando.

Em termos práticos, o grande projeto que saiu do papel foi a criação do primeiro prêmio de jornalismo da história da entidade, que já está na terceira edição e desde a primeira tem o respeito do mercado. Temos um grande parceiro neste projeto - a OCESC - que viabilizou a criação do Prêmio. Nós também nos preocupamos muito em renovar nossos canais de comunicação, criar perfis, um portal de notícias sobre a entidade, ampliar o número de associados e estimular novos projetos e ideias de todas as regiões de Santa Catarina.



E o que planeja para esse próximo mandato?
O primeiro mandato foi um momento de entender toda a engrenagem da entidade e nos adaptarmos à realidade. Agora sabemos melhor o que precisamos fazer para colocar a ACI num outro patamar, com uma agenda relevante e que tenha adesão de quem importa: os profissionais que atuam na comunicação do Estado.

Reforçamos as diretorias externas com esse olhar e a partir da constatação de que precisamos trazer mais pessoas para dentro da entidade. A ACI existe para os profissionais e sem eles não haveria sentido em nada do que fazemos. O lema para os próximos 3 anos é: a ACI é nossa e precisamos fortalecê-la, pois a força da entidade representa a força dos profissionais que fazem a imprensa de Santa Catarina. Eu costumo dizer que na ACI, a autoridade é o jornalista.


Como foi pensado o prêmio ACI OCESC de Jornalismo e a expectativa para 2023?
O Prêmio ACI OCESC de Jornalismo foi a realização de uma das grandes metas desta Diretoria: valorizar a reportagem feita no Estado. Um prêmio com regras rigorosas e um júri exigente. Eu diria que vencer o Prêmio é um atestado inequívoco de talento. Neste ano, pretendemos alcançar um número alto de inscrições. Vejo que muitos veículos produziram reportagens pensando no nosso prêmio e isso é muito bom para o jornalismo, para os veículos e para a comunidade em geral.
 
Como você avalia a formação em jornalismo no estado de Santa Catarina?
Santa Catarina tem cursos de jornalismo que são referência no País. O Estado é um grande formador de talentos no jornalismo nacional e internacional.

Em relação ao mercado de trabalho para jornalistas, há uma crescente ou você enxerga uma crise?
Eu sou muito otimista em relação às oportunidades, que são inúmeras. O jornalista tem uma grande vantagem em relação a muitos outros profissionais, que é a habilidade de analisar cenários, de se comunicar bem, de saber escrever. Nosso perfil generalista e humanista acaba nos proporcionando um repertório maior que outras tantas profissões. Evidentemente, ainda que as oportunidades sejam inúmeras, se você não se preparar, não buscar conhecimento, não poderá aproveitá-las.
 
O que se espera do Jornalista do futuro? Quais habilidades ele precisa desenvolver?
Os robôs têm feito a maior parte dos trabalhos repetitivos. A tecnologia pode ser uma grande aliada. Porém, ela não substitui o talento humano, ela cuida de tarefas operacionais para que a criatividade se sobressaia. Mas claro que existem dificuldades. Precisamos dar condições para que os colegas que não estão familiarizados com as novas tecnologias, possam ter acesso a elas e criarem novas oportunidades profissionais.

Os novos tempos exigem humildade de todos: os mais velhos precisam aceitar que os mais novos têm muita coisa a nos ensinar, assim como os mais jovens podem alcançar um outro patamar profissional no contato com os veteranos, cuja experiência não pode ser descartada. Na minha visão, é nessa combinação do novo com a experiência que está o perfil profissional do futuro.

Fotos: Arquivo Pessoal



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